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Reforma Ortográfica 2008

 


 

Dionilce Silva de Faria

O que muda na Língua Portuguesa?

No acordo feito entre os paises Brasil, Portugal, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe ocorrerão as seguintes mudanças na língua:

1) Alfabeto - Passará a ter 26 letras com a inclusão do “k” “w” e “y”.

2) Acentos

a) Circunflexo

Não será mais usado nas terceiras pessoas do plural dos verbos “dar”, “crer”, “ler”, “ver” que se escreverão: “deem”, “creem”, “leem” e veem.

As palavras terminadas no hiato “oo” perderão o acento.

Exs.: perdoo, voo, enjoo, etc.

b) Agudo

Não serão mais acentuados os ditongos “ei” e “oi” das palavras paroxítonas.

Exs.: jiboia, heroica,ideia,assembleia, etc.

As palavras paroxítonas com “i” e “u” tônicos, precedidas de ditongo, perderão o acento.

Exs.: feiura, baiuca, etc.

Não será acentuado o “ u” precedido de “g” o u “q” e, antes de “e” ou “i” (gue, que, gui,qui).

Exs.: argui, apazigue, averigue, oblique, etc.

c) Diferencial

Não se usará mais para diferenciar:

“pára” (verbo ) de “para” preposição.

“pêlo” (substantivo) de “pelo” (contração).

“pêra” (substantivo) de “péra”(substantivo arcaico-pedra)

“pera” (preposição arcaica).

“péla”(verbo) de “pela” (contração).

“pólo” (substantivo) de”polo”(contração antiga e popular).

Obs: O acento diferencial ainda permanece na terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do verbo poder (pôde) e no verbo pôr para diferenciar da preposição por.

3) Trema

Não existirá mais, a não ser em nomes próprios e seus derivados.

4) Hífen

a) Não será usado em compostos que ,pelo uso, perdeu-se a noção de decomposição.

Exs.: mandachuva, paraquedas, paralama, paravento, etc.

b) Não será usado quando o segundo elemento começar com “s” ou “r”, devendo estas consoantes serem duplicadas.

Exs.: antirreligioso, contrarregra, infrassom,autosserviço, pseudorrainha, ultrarromântico, suprassumo, semisselvagem, autosserviço, neossocialismo, antessala, arquirrival, sobrerroda, etc.

Exceção - será mantido após o prefixo terminado em “r” antes de “h” e “r”.

Exs.: super-raça, inter-resistente, hiper-requintado, etc.

c) Não será usado depois do prefixo terminado em vogal e o segundo elemento com vogal diferente.

Exs.: extraescolar, aeroespacial, autoestrada, etc.

d) Permanecerá em palavras formadas por prefixos “ex”, “vice”, “soto”, “além”, “aquém”, “recém”, “sem”.

e) Em palavras formadas com prefixos “pré”, “pró” e “pós”.

Exs.: pré- natal, pró-desarmamento, pós-graduação.

f) Será usado quando o segundo elemento tiver a mesma vogal do primeiro.

Exs.: micro-organismo, re-escrever, re-eleger, auto-observação, anti-inflamatório, contra-ataque, micro-ônibus, semi-interno, etc.

Exceção - com o prefixo co, aglutina-se o segundo elemento.

Exs.: coobrigação, coocupante, cooperar, coordenar, etc.

g) Nas formações com os prefixos circum e pan, quando o segundo elemento começa com, “m”, “n”, vogal e “h”.

Exs.: Circum-murado, circum-navegação, circum-escolar, circum-hospitalar, etc.

h) Nas formações em que o segundo elemento começa com h.

Exs.: ante-histórico, anti-higiênico, circum-hospitalar, sub-humano, etc.

Exceções: desumano, desarmonia, inábil, etc.

5) Português Lusitano:  

Serão aceitas as duplas grafias: económico, amámos e louvámos (Portugal) e econômico, amamos e louvamos (Brasil).

Desaparecerão o “c” e o “p” de palavras em que essas letras não são pronunciadas, como “acção”,” acto”, “adopção” e “óptimo”.

Ficarão: “ação”, “ato”, “adoção” e “ótimo”.

Será eliminado o “h” das palavras herva e húmido que ficarão: erva e úmido.


Padronizar é impossível, visto que as diferenças são muitas e as mudanças poucas para atingir o objetivo da uniformização e causarão mais gastos e prejuízos.

E as diferenças semânticas continuarão exigindo o uso do dicionário para entendimento do texto.

Simplificar é preciso para facilitar a aprendizagem da língua em cada país.

Em vez da eliminação do trema, tão útil para o reconhecimento do “u” pronunciado e tão fácil de usar, por que não eliminaram o hífen de impossível compreensão e de difícil memorização?

A reforma está feita. Só nos resta aguardar quais os benefícios para o nosso país ou para os estrangeiros que recebem nossos livros.

Quem lucrará? Não sei.

Alguém sabe?...

 

 

 

 

 


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