Dionilce Silva de
Faria
O que muda na Língua Portuguesa?
No acordo feito entre os paises Brasil, Portugal, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe ocorrerão as seguintes mudanças na língua:
1) Alfabeto - Passará a ter 26 letras com a inclusão do “k” “w” e “y”.
2) Acentos
a) Circunflexo
Não será mais usado nas terceiras pessoas do plural dos verbos “dar”, “crer”, “ler”, “ver” que se escreverão: “deem”, “creem”, “leem” e veem.
As palavras terminadas no hiato “oo” perderão o acento.
Exs.: perdoo, voo, enjoo, etc.
b) Agudo
Não serão mais acentuados os ditongos “ei” e “oi” das palavras paroxítonas.
Exs.: jiboia, heroica,ideia,assembleia, etc. As palavras paroxítonas com “i” e “u” tônicos, precedidas de ditongo, perderão o acento.
Exs.: feiura, baiuca, etc.
Não será acentuado o “ u” precedido de “g” o u “q” e, antes de “e” ou “i” (gue, que, gui,qui).
Exs.: argui, apazigue, averigue, oblique, etc. c) Diferencial
Não se usará mais para diferenciar:
“pára” (verbo ) de “para” preposição.
“pêlo” (substantivo) de “pelo” (contração).
“pêra” (substantivo) de “péra”(substantivo arcaico-pedra)
“pera” (preposição arcaica).
“péla”(verbo) de “pela” (contração).
“pólo” (substantivo) de”polo”(contração antiga e popular).
Obs: O acento diferencial ainda permanece na terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do verbo poder (pôde) e no verbo pôr para diferenciar da preposição por.
3) Trema
Não existirá mais, a não ser em nomes próprios e seus derivados.
4) Hífen
a) Não será usado em compostos que ,pelo uso, perdeu-se a noção de decomposição.
Exs.: mandachuva, paraquedas, paralama, paravento, etc. b) Não será usado quando o segundo elemento começar com “s” ou “r”, devendo estas consoantes serem duplicadas.
Exs.: antirreligioso, contrarregra, infrassom,autosserviço, pseudorrainha, ultrarromântico, suprassumo, semisselvagem, autosserviço, neossocialismo, antessala, arquirrival, sobrerroda, etc.
Exceção - será mantido após o prefixo terminado em “r” antes de “h” e “r”.
Exs.: super-raça, inter-resistente, hiper-requintado, etc.
c) Não será usado depois do prefixo terminado em vogal e o segundo elemento com vogal diferente.
Exs.: extraescolar, aeroespacial, autoestrada, etc.
d) Permanecerá em palavras formadas por prefixos “ex”, “vice”, “soto”, “além”, “aquém”, “recém”, “sem”.
e) Em palavras formadas com prefixos “pré”, “pró” e “pós”.
Exs.: pré- natal, pró-desarmamento, pós-graduação.
f) Será usado quando o segundo elemento tiver a mesma vogal do primeiro.
Exs.: micro-organismo, re-escrever, re-eleger, auto-observação, anti-inflamatório, contra-ataque, micro-ônibus, semi-interno, etc. Exceção - com o prefixo co, aglutina-se o segundo elemento.
Exs.: coobrigação, coocupante, cooperar, coordenar, etc.
g) Nas formações com os prefixos circum e pan, quando o segundo elemento começa com, “m”, “n”, vogal e “h”.
Exs.: Circum-murado, circum-navegação, circum-escolar, circum-hospitalar, etc.
h) Nas formações em que o segundo elemento começa com h.
Exs.: ante-histórico, anti-higiênico, circum-hospitalar, sub-humano, etc.
Exceções: desumano, desarmonia, inábil, etc.
5) Português Lusitano:
Serão aceitas as duplas grafias: económico, amámos e louvámos (Portugal) e econômico, amamos e louvamos (Brasil).
Desaparecerão o “c” e o “p” de palavras em que essas letras não são pronunciadas, como “acção”,” acto”, “adopção” e “óptimo”.
Ficarão: “ação”, “ato”, “adoção” e “ótimo”. Será eliminado o “h” das palavras herva e húmido que ficarão: erva e úmido.
Padronizar é impossível, visto que as diferenças são muitas e as mudanças poucas para atingir o objetivo da uniformização e causarão mais gastos e prejuízos.
E as diferenças semânticas continuarão exigindo o uso do dicionário para entendimento do texto.
Simplificar é preciso para facilitar a aprendizagem da língua em cada país.
Em vez da eliminação do trema, tão útil para o reconhecimento do “u” pronunciado e tão fácil de usar, por que não eliminaram o hífen de impossível compreensão e de difícil memorização?
A reforma está feita. Só nos resta aguardar quais os benefícios para o nosso país ou para os estrangeiros que recebem nossos livros.
Quem lucrará? Não sei.
Alguém sabe?...
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