Introdução
História e Crítica
Crítica e Interpretação
Estilística
Técnica
Língua
Influência/Fontes
Conhecimentos
Temática
Introdução
Existe um vocabulário básico empregado
na catalogação da literatura relativa à crítica
literária, que vai aqui devidamente explicado. Ele se conforma com
a Lista de Cabeçalhos de Assunto da LC, onde é considerado como
subdivicão, mas está aquí sistematizado. A terminologia
da área pode ser consultada no Tesauro
sobre Literatura.
Estão, também, devidamente sistematizados
os cabeçalhos-padrão de forma,
de interesse mais amplo.
Continue rolando a tela para obter breve descrição
de cada cabeçalho-padrão.
È
História e Crítica
Estudos sobre Literatura que abordam ou questões
gerais relativas à Literatura de um país ou numa determinada língua,
ou questões específicas focalizando um gênero literário.
È
Crítica e Interpretação
Grande parte da Crítica Literária trata
somente de Estilística, de Técnica ou da Língua dos autores.
Mas nem sempre é assim. Na realidade, o crítico lança mão
de todos os recursos necessários à plena consecução
de sua finalidade. São muito comuns ao crítico as incursões
pelo uso da língua, a comparação entre autores, a pesquisa
das fontes, a análise estilística, a observação
da temática empregada, etc., sem que nada disso se constitua no objetivo
primordial da obra crítica. Toda essa atividade analítica é
apenas um meio que o crítico manipula para desenvolver seu raciocínio
e provar sua tese. Todos os dados convergem para um único foco, cujo
interesse transcende o simples interesse na análise estilística,
técnica ou linguística. Em suma, Crítica e interpretação
é uma expressão generalizante; incorpora em si as outras três.
Usar sempre que a obra crítica não tratar de nenhum dos aspectos
acima.
È
Estilística
Consiste no inventário da possibilidades expressivas
ou artísticas da linguagem e no uso consciente de tais possibilidades por parte
do escritor. Estuda inúmeros recursos que a língua coloca à
disposição dos falantes para expressarem seus estados afetivos,
sua sensibilidade e imaginação. Pode desempenhar o papel de crítica
literária ou constituir-se numa disciplina independente. Grande parte
de tais recursos e potencialidades foi há muito identificada e sistematizada.
Trata-se das chamadas 'figuras' e 'tropos' da Retórica, que satilde;o,
realmente, o objetivo mais frequente dos estudos estilísticos. Sempre
que a obra crítica abordar vários tópicos da Estilística,
classificar em Estilística. Quando a Estilística não constituir
o objetivo primordial, ou um dos objetivos específicos da obra, usar
'Crítica e interpretação', ou 'Técnica', ou 'Língua',
conforme seja pertinente.
È
Técnica
Estudo e análise dos elementos formais ou estruturais
no teatro, na ficção e na poesia, principalmente narrativa. São
objeto de pesquisa, em geral: espécies de composição literária,
tempo, espaço, estruturas, processos, personagens e foco narrativo. Sempre que
a obra crítica abordar tópicos relativos à Técnica,
usar apenas Técnica. Quando a Técnica não constituir o
objetivo primordial, ou um dos objetivos específicos da obra, usar ou
Crítica e interpretação, ou Estilística, ou Língua,
ou História e crítica, conforme seja mais pertinente.
È
Língua
Obras apreciativas e/ou estatísticas que tratem
da língua do autor sob o enfoque linguístico não do ponto
de vista artístico. Basicamente, trata-se de prosódia, léxico,
classes gramaticais e sintaxe. Incluir aqui obras que tratam de vários
tópicos (por exemplo, flexões de gênero, que pertencem à
Morfologia, e de concordância, que pertence à Sintaxe). Quando
a Língua não constituir o objetivo primordial, ou um dos objetivos
primordiais da obra, usar ou Crítica e interpretação, ou
Técnica, ou História e crítica, conforme seja pertinente.
È
Influência/Fontes
'Influência' designa o influxo exercido por determinado
escritor sobre as literaturas nacionais, os movimentos literários ou
outros escritores. Quando a crítica focaliza a fonte, preferir o termo
'Fontes'. Sempre que pertinente, adotar ambos os termos, de sorte a atender
o usuário que busque seja o que influenciou ou o que recebeu a influência.
È
Conhecimentos
Obras que tratam dos conhecimentos que o autor demonstra
possuir sobre uma área ou um assunto específico ou que versam
sobre o tratamento que ele dá à área ou ao assunto. Formar
uma segunda entrada para o assunto específico, de acordo com o modelo:
[Assunto específico] na literatura.
È
Temática
A obra de arte (literária ou não) é
como uma partitura única, que cada pessoa executa diferentemente; ou
como um mesmo sopro, que determina timbres diferentes, ou porque os instrumentos
sejam diferentes, ou porque são diferentes as caixas de ressonância.
Para as obras literárias, em especial, há inúmeras 'leituras'
possíveis, além daquela mais ou menos óbvia. Essas diferentes
conotações dependerão da formação, da cultura,
da sensibilidade e até - por que não? - das idiossincrasias de
cada um. Pode-se assim dizer, com propriedade, que cada leitor é um co-autor.
O crítico não escapa a essa contingência. Por mais abrangente
ou profundo que pretenda ser, terá sempre plena consciência de
que deixa na sombra muitos outros aspectos que, talvez, em outro tempo e lugar,
passe a ser objeto de atenção e estudos. As verdadeiras obras
de arte são inexauríveis. Podemos lê-las, contemplá-las,
ouví-las quantas vezes quisermos (e assim o fazem as sucessivas gerações),
mas a Verdade e a Beleza nelas contidas ão se esgotam; pelo contrário,
parecem renovar-se ao contacto com os espíritos que a contemplam. Incluir
um termo para a temática depende do grau de especificidade da biblioteca.
Este aspecto parece interessar mais às bibliotecas públicas. Assim
sendo, talvez seja suficiente adotar ou Crítica e interpretação
ou História e crítica, conforme o caso.
È
(Texto de Marcílio Teixeira Marinho, in memoriam.
Inicialmente, fazia parte do Tesauro
sobre Literatura publicado em 1985, pelo IBICT,agora preparado para divulgação
na Internet)
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